sexta-feira, 2 de junho de 2023

A-deus!

 



Dizer adeus para alguém que você tanto se importa e notar o relógio passando enquanto de um ponto ao outro a sua mente nublada é capaz de pensar apenas no fato de que aqueles serão os últimos minutos que você estará naquela sala, com aquela companhia, sem saber quando será a próxima vez que a verá. E se verá.
Não há otimismo que aguente quando há um buraco dentro do peito, que se esconde atrás daquele bonito sorriso o qual tantas pessoas elogiam e se encantam.

Eu não sei como cuidar dessa dor, a cada falha tentativa de acolhe-la caminho um passo a mais para uma queda que me recuso cair, e, a cada adeus findado, se faz ainda maior esse buraco dentro e fora de mim.
Dói olhar para trás e mesmo sem querer se questionar “será que eu realmente aproveitei enquanto não precisava manter os olhos nos ponteiros? Será que eu dei tudo de mim? E se eu pudesse voltar as horas no relógio, traria aquele momento de volta?”

Quando paramos para pensar em todas a vezes que poderíamos ter estado mais perto, mas não o fizemos.., dói. E hoje, nem ao menos pensar que a vida era ocupada demais naquela época nos faria sentir o suficiente para nos perdoarmos, porque talvez não fôssemos, ou, até mesmo sabendo que aquilo era tudo o que tínhamos naquele momento para doar... Dói!


Questionamentos correm a mente como água de fonte, mas não passam de uma nuvem cinzenta que atormenta as ideias fazendo chover o coração.


Será que se soubéssemos que aquela seria a última vez que veríamos aquelas pessoas, será que teríamos aproveitado as 15 últimas vezes como se fosse de fato as últimas? Afinal, no final, uma delas sempre é.
Será que se soubéssemos que aquelas últimas vezes fossem uma contagem regressiva para um definitivo adeus, será que teríamos feito algo diferente?
Será que teríamos colocado os celulares no bolso e o coração na mesa, e com um olhar atento e doce estaríamos ali presentes, vivendo aquele momento, cada olhar, cada palavra, cada sorriso.. cada singelo segundo.

Carrego cá dentro de mim aquela dor da perda, da falta e da saudade que eu não sei se um dia curarei, a dor do adeus que eu tinha certeza de que os veria novamente e viria a ser um “oi, eu voltei!”

Foram dias de luta em que estive em guerra comigo mesma, enquanto ajoelhava todas as noites e encharcava o travesseiro pedindo e implorando com meu coração.. só mais uma vez!

No final eu perdi pra mim mesma, quando em menos de um segundo com o último suspiro aqueles olhos se fecharam pela última vez, e a única coisa que me restou foram algumas fotos naquele mesma tela, aquela tela que por muitas vezes me roubou de olhar naqueles olhos.. que irônia! 

E um par de áudios que eu guardo com muito amor para não esquecer as suas vozes.


Hoje me despeço de uma amiga que está apenas mudando sua rota, buscando a felicidade que todos nós procuramos encontrar nessa experiência da vida, me despeço com a certeza de que a verei de novo, enquanto cá dentro de mim já não há chamas queimando, mas um rio se formando com o coração que está chovendo, e, que se faz chuva com medo de que seja mais uma vez um adeus, e não um até logo.


Mas por que não me despeço da dor com um adeus, pedindo a Deus para despedaçar a dor e não o peito?!

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Desinteressante desamor

A alguns anos eu li um artigo que eu pensei “Que merda é essa que estão falando? Impossível isso acontecer!” e justamente um novo artigo lido a poucos minutos que diz “Albert Einstein disse que, quando a tecnologia ultrapassar a interatividade humana, o mundo terá uma geração de idiotas” me fez lembrar aquele primeiro artigo que eu desprezei. Faça o seu condenamento particular a meu respeito se quiser, eu já estou condenada só por manter o tipo antigo. Não serei hipócrita em dizer que não gosto da tecnologia, sim, eu gosto, tanto que tomei como profissão e tenho seguido por este caminho, mas para tudo há limites, limites que muitos estão ultrapassando e o que é pior, de modo consciente. Então vamos bater um –quase- papo. Meus caros, se é que posso chama-los assim, nós estamos destruindo o mundo e principalmente o amor. Especialmente o amor, aquele amor antigo, amor que está literalmente desmoronando diante dos “nossos” olhares tão distantes e perdidos que não tem feito nada para reverter a situação. E seremos seres de muita sorte se essa merda toda não acabar em guerra. Veja bem, eu gosto de role, de bar, de cervejada com meus amigos, mas eu não preciso ser babaca por isso, e não sou. Eu gosto de fazer amizades em cada canto que eu vou, de conhecer lugares novos, de ficar sozinha também, mas veja bem, eu não preciso agir como uma babaca por isso. Eu amo minha liberdade e prezo por ela acima de tudo, mas eu não sei de onde tiraram a estupida ideia de que no amor não há liberdade. Só por precaução, tatuei em mim a alguns anos a seguinte frase “O AMOR É LIBERTADOR”, para caso -por alguma razão e em algum momento- me esquecesse. Dói meu órgão coração, dói minha alma ver o bocado de gente que evita.. Evita afeto, evita sensibilidade, evita entrega, evita sentir, porque afinal, a moda agora é desapego, é pegar sem se apegar. E cá entre nós que terminho nojento. Nasci em 1989, ainda sou jovem, nunca tive tanto afeto familiar em casa, sobre o amor o que sei eu aprendi na rua, aprendi vivenciando todos os amores que pude, amores reais, amores que fracassaram, amores que se transformaram em grandes amizades, que doeram – que doeram um bocado- mas que eu sempre sobrepus mesmo após os términos o melhor que eu podia de cada um deles. Mesmo após tantas mentiras, mesmo após traições, mesmo após a falta de reciprocidade em questão de lealdade e parceria, de estar, de querer.. Podem me julgar como quiserem, mas eu experimentei coisas que se eu não tivesse tido coragem de me permitir eu jamais saberia como seriam. Eu tinha todos os motivos que você imaginar para hoje ser incrédula sobre o amor (e talvez sejam estes os motivos que os tornam incrédulos) mas não, eu fiz diferente, a cada tombo que tive, levantei, sacodi a poeira e lá estava novamente pronta pra viver o que tivesse que viver, e é isso que falta hoje, falta coragem, falta disposição.. Como diz uma frase que tenho visto muito nos últimos dias “o teu próximo amor não tem culpa do anterior” e não é que é verdade. Afinal qual a justificativa pra tanto desafeto, tanto não me toque, não se apaixone, não vou me envolver? Qual a justificativa pra tanto beijo na boca, sem um boa noite com um beijo no final do dia? Pra tantos “troféus” sem um “vem cá, deixa eu te fazer um cafune até você dormir?” Desabafo porque temo por mim, pelos meus sobrinhos e pela merda toda que eles herdarão se “continuarmos” a agir assim, temo pelos teus sobrinhos, pelos teus filhos e pelos filhos dos teus filhos. Que geração de babacas é essa que estamos dando força para se levantar? Onde numa roda de amigos, onde estão a menos de 40cm um do outro se comunicam pelos celulares. Não é que precisemos evitar os smartphones, os meios de comunicação são sim bem uteis nos dias de hoje, mas “aprendamos” a usar, que não deixemos que a proximidade nos apague e nos afaste do que é real. Eu sou crente, crente de que só o amor salvará essa parada toda no qual “estamos” nos permitindo afundar. E isso que eu nem falei das drogas, só do amor –não que ele não seja viciante- ou da falta dele. Eu, do tipo 8 ou 80, se é só pra molhar meus pés eu me recuso entrar, se eu gosto eu cuido, eu mimo, eu tiro sorrisos, eu busco fazer o máximo de bem que eu puder. Se me interesso, demonstro, sem meio termo, não fujo, não corro, arrisco, pago pra ver. Eu tenho coragem, eu vou até onde eu acreditar valer. Eu gosto de estar perto, de ver, de sentir, de ouvir. E sim, eu sinto saudade... Me permito sentir, afinal eu sou carne, eu sou emoção além de razão. Tenho notado a falta de afeto, a frieza nas mensagens, as risadas digitadas na verdade não dadas, aqueles encontros que nunca saem, a competição/joguinho de quem demora mais pra responder, a sobra descancarada de desinteresse. É triste! Não “permitamos” que isso corroa nosso cérebro, nossas vísceras, nosso coração, nossos sentimentos, nossa essência. Não “desperdicemos” a oportunidade de nos permitir a entregas profundas, não a beijos rasos sem afeto algum. Que na cama tenha calor, tenha suor se misturando, tenha cheiro nos lençóis, cabelos embaraçados, tenha marcas deixadas na pele, com as mãos, com as unhas, com a boca, algo que demonstre que ali tem carne, tem fogo, tem algo além de uma transa descompromissada onde cada um acredita que fez teu papel, se veste e vai... Vai para uma próxima transa, já que uma transa sem afeto garante o desapego. Eu, particularmente, nunca gostei de coisas rasas e superficiais, e acho que não ‘precisamos” ser assim, então apenas permitam-se um pouco mais, demonstrem um pouco mais. Nós não nascemos assim, tão frios, programados a desapego, então não precisamos seguir por este caminho cinzento que está se formando sob nossos pés. Não torne pedra o que tem vida, permitam sentir. Meu mais sincero pedido de desculpa a todos os que não se enquadram nas atitudes mencionadas acima.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Nocaute



E mais uma vez, vos digo, sou mais uma sobrevivente.
Foi um nocaute sem jeito, um nocaute doído, um nocaute covarde..
Certeiro!
Um soco ligeiro na têmpora capaz de atingir a alma. Bambeei.
Mais um soco. NÃO!
Aquele gosto amargo de sangue, aquele zunido ensurdecedor, e o breu.
Breu que doeu, perdeu, sentido, chorou, clamou, sofreu, caiu.. Sobreviveu.
Sobreviveu!
A lona vermelha cheirando borracha, e eu ali estática. Vi tantas coisas lindas passarem em forma de filme naquele espaço de tempo, que mal deu para acreditar que eu ainda estava ali.
EU AINDA ESTAVA ALI.
Aquele sentimento tão lindo, aquele sentimento tão forte, e tão frágil. Partiu.
Partiu a pele, partiu a alma, partiu o que não era físico, mas o que mantinha o físico tão perto.
Gritou, gritou, GRITOU
A voz não saiu.
Ninguém ouviu.

Socorro!
Doeu.
Está doendo.
Há algo quebrado. Há algo errado.
A separação descontente, cravou uma espada bem aqui dentro do peito, este mesmo peito que enchia os pulmões para gritar aos sete mares todo o amor que levava, esse mesmo peito que se estufava de alegria ao ver aquele sorriso, hoje inerte.

Mas aquele nocaute me deixou na lona,tirou o ar, e trouxe a tona o que eu não queria acreditar.
Eu só preciso respirar

Puxo o ar, mas não consigo.
Enfureci quando despertei, a luminosidade foi vencendo o breu, mas quando me dei conta, eu preferia não ter acordado, eu já nem era eu.
Não!

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

E então eu compreendi!

Somos todos parte dum montante de grãos de areia, espalhado em um, dentre bilhões de outros grãos denominados planetas, que buscam a evolução individual e também a conjunta.
E foi compreendendo isto que minha vida começou a ganhar novo contorno. 
A reviravolta. Eu me vi do avesso por meses, para não dizer anos, e descobri que o avesso não é o meu lado certo, diferente do que muitos creem.

Primeiro vieram as mudanças de pensamentos, foi uma árdua tarefa, mas me vi livre das amarras negativas que eu mesma criei dentro da cela onde mantive-me em cárcere por anos, cela esta, sem grades, que me mantinha por vontade inconsciente e constante, porém, fardando a terceiro algo que, mesmo sem perceber, só cabia a mim. A culpa por estar confinada naquele desagradável momento era única e exclusivamente minha. Eu me dei conta, eu não estava lúcida para a vida.

E você? Mesmo aí no trabalho, no passeio, mesmo com os olhos abertos, fazendo alguma coisa, lendo este pedacinho de mim, você está acordado? 
Você realmente está acordado?

Somos todos donos do nosso presente, a razão por estarmos “assim”, “aqui” ou “acolá”  é fruto do que plantamos outrora.
Mas como eu havia começado a falar sobre mim...

Houve uma mudança gradual e perceptível em meus pensamentos e no modo como vivo.
Quando compreendi que eu sou o momento que vivo, as coisas ficaram mais claras e sutis, mas isso não significa que estou totalmente equilibrada, ainda vivo minhas dificuldades todos os dias, porém, com mais leveza.
O mundo a minha volta está mais próximo de mim, ainda há muito o que consertar, mas já subi alguns degraus dentro da minha própria história.

As perguntas que outrora tinha, já não tenho mais, não significa que encontrei as respostas, mas eu também não desisti delas, apenas me desapeguei como fiz com tantas outras coisas. Me vi num momento onde haviam apenas duas saídas, ou eu seguia a caminho da elevação, o que seria um caminho árduo a percorrer, porém gratificante, ou me entregava duma vez a "sei lá o que" e estaria hoje "sei lá como". Não preciso dizer qual caminho decidi tomar e estou seguindo, certo?!  

E foi então que deixei de lado os questionamentos e passei a agir.

Invés de questionar tanto ao céu o porquê de eu viver daquele modo, passei a me vigiar e a pensar antes de qualquer ação, agir mais com o coração, coração este, que, eu julgava ser tão piegas, e que descobri a pouco que é mais intuitivo do que meu próprio ser, para todas as perguntas que faço, é dele que vem o primeiro sinal, através da sensação de desconforto ou conforto no cardíaco me vêm as respostas se devo ou não agir de tal modo em determinada situação.

Invés de questionar o porquê de ter alimentado mágoas por tais pessoas por tanto tempo, criei o hábito de pedir perdão a tudo e todos que nesta ou outras vidas eu tenha feito algum mal, perdoava  e perdoo instantaneamente a todos e tudo que em algum espaço dessa jornada ou de outras vidas tenha me causado algum mal, e mais que isso, a quem eu podia e posso pedir perdão olhando nos olhos, fiz e continuarei fazendo. 
Nós aceitamos as ofensas, nós escolhemos nos magoar, assim como escolhemos ser agradecidos por um pequeno gesto. 
Cabe a nós saber escolher o que nos faz bem.

E a pergunta que parecia ser a mais difícil de desapegar e que eu mais fiz em todos esses anos foi, “por que “aquelas pessoas” querem tanto o meu mal?”
Intercessão é a resposta, passei a colocar cada uma dessas pessoas em cada e toda oração que fazia e faço, foi me ensinado intuitivamente que devo abençoar a cada um que me amaldiçoa. Entendi que, quem mais precisa de amor não são os que nos retribuem o amor, mas sim, aqueles que nutrem dentro de si o ódio, a raiva, a magoa. 
Quem mais precisa de amor é quem não sente a plenitude do que é amar.

Uma pequena história para entenderem do que estou falando.
“Certa vez um garotinho chegou em casa pisando forte e disse ao pai:
- Estou com muita raiva do Lucas, papai! Ele me envergonhou na escola na frente de todos os meus coleguinhas, e agora eu desejo tudo de ruim pra ele!
    O pai então sorriu e o levou até o quintal, com um saco de carvão, então disse:
- Meu filhinho amado, quero que jogue os pedaços de carvão naquele lençol que está pendurado no varal, jogue como se ele fosse o Lucas, logo voltarei.
    Então, o pequeno, mesmo sem entender  e empolgado com a brincadeira, começou a fazer o que teu pai pediu.
     Ao final, o pai retorna ao quintal e o garoto diz estar feliz por ter sujado uma parte do lençol, como se fosse o coleguinha.
    O pai, por sua vez, o leva diante do espelho e para a surpresa do garoto, a aparência dele era tão preta, tão suja, que mal conseguia enxergar os próprios olhos. 
O pai então concluiu:
- Veja meu filho, o mal que desejamos aos outros é como esse carvão. Ele pôde até sujar um pouco o lençol, mas na verdade o maior prejudicado foi quem o jogou.
     Não vale a pena alimentar o ódio, ele penetra como uma doença no coração do homem. Corrói, destrói e o deixa em ruínas.”


Nada passa abatido aos olhos da vida, todo o mal que fazemos aqui, aqui mesmo pagamos. 
Lei da causa e efeito. Do mesmo modo, toda a nossa doação, todo o bem que fazemos, todo o amor que enviamos, o universo nos retribui de bom grado.
Quando entendi que a transformação do meu interior era primordial e ia além da mudança da vida externa, comecei notá-la, sem muito esforço, mas com perseverança.
Comecei com pequenos passos, como um bebê que está aprendendo a andar, no meu caso reaprendendo, e assim a realização começou dentro do meu coração, despertei do sono que estive, e procuro manter-me lúcida e consciente dentro e fora de mim, mesmo sendo um tanto afanoso. 
Sabe, não é necessário deslocar os móveis de lugar, mudar de casa ou de cidade, o mundo te abraça quando você o abraça, é necessário apenas se abrir para o agora, aceitar  com resignação os momentos, principalmente os maus momentos, afinal, são com eles que mais aprendemos, e é assim que tenho aprendido, percorrendo a tempestade, pisando em cacos.. As cicatrizes me servirão para lembrar por onde andei, quem fui, por onde devo andar e quem sou e quero ser.

Quando começamos a caminhar rumo a vibração sútil do nosso ser, desde o simples vigiar de pensamentos até a ação do calar, a transformação se inicia. 
O silêncio é terapêutico, instrutivo e edificante. 

Este foi o modo como  deu-se inicio dentro de mim, mas não há um jeito certo ou uma fórmula especial para acontecer, ela apenas se apresenta, cada qual no seu tempo.
Algumas pessoas percebem antes da situação ficar dificultosa, outras percebem por ter um coração bondoso adormecido e assim com o amor, porém, no meu caso, aprendi com a dor, não que eu não tenha um coração bom, pelo contrário, ele apenas vivia perdido na escuridão do meu ser, e acreditem, me sinto mui agradecida por ter sido deste modo, por ter vencido a escuridão. Os ensinamentos que a mim foram passados não poderia ter acesso de outro modo, não é algo racional apesar de principiar na consciência, é alma, é sentir.

A mudança vem de dentro e transparece através dos nossos olhos, do nosso sorriso, dos nossos gestos para com o nosso próximo, e conosco mesmo.
Quando nos permitimos a ser livres das amarras cuja fora citadas acima, a energia vibra e flui entorno e através de nós, nos tornamos um feixe de luz, feixe que aproxima e reaproxima amigos de bom coração aqui encarnados e desencarnados e que dissipa velhos e maus hábitos,  pensamentos negativos, dissolvendo então obstáculos e bloqueios. 
Essa energia cura a nós e a todos a nossa volta, contudo, essa energia não surge dentro do nosso tempo linear, ela surge quando nos permitimos verdadeiramente e aceitamos tudo o que nos acontece, nos desapegando do passado em que apesar de termos vivido não nos pertence, nos desapegando das magoas e de tudo aquilo que mancha nossa aura, nossa história.

Ainda vos digo que o melhor caminho é o amor, nada para o que ainda não estejamos realmente preparados se manifestará para nós. Essas linhas podem ter aparentado ser fácil, mas não se ludibriem, disposição, persistência, humildade, disciplina, dedicação interior e amor formam o ponto de corte certo que possibilita a cura plena, mas a luta é diária.  Quando tudo se ajusta, quando teu espirito se assenta dentro corpo que lhe fora dado e se conforta com tudo o que está à volta, são liberadas as energias de consolo, de alegria, de amizade, de amor incondicional, e então a libertação, a iluminação e a mudança acontece.
Vigiem-se todos os dias.
Não é simplesmente agindo de forma diferente que nos ocorrem as mudanças, é agindo de forma diferente e verdadeira com amor incondicional, quando nos entregamos piamente às nossas experiências sejam elas boas ou ruins e participamos conscientemente de tudo o que a vida nos evidencia, e colocamos o amor, o perdão e a compaixão por todos e principalmente por nós mesmos a frente de toda e qualquer barreira, aí então a mudança bate em nossa porta e nos entrega a felicidade plena.


sábado, 2 de novembro de 2013

Coração, sim-ples!

Eu quero mesmo que você fique. Não quero que você precise de mim, mas imagina só, seria tão legal se continuássemos caminhando juntas. 
Queria continuar te vendo sorrindo ao ouvir a minha risada engraçada. Queria que você tivesse calado a minha boca com um beijo quando eu estava te pedindo com meu coração para não ir embora, ou beijasse-me quando a raiva tomara conta de ti. 
Queria não tê-la permitido entrar no carro, pois eu sabia que, se assim o fosse algo daria errado. E deu.
Eu queria muito ter te impedido de ir, mas sabe, eu simplesmente não pude, foi você quem me ensinou a deixar o que amamos livres, e é por isso que estou a escrever, estou deixando meu amor voar livre por essas linhas, e não ficarei entre você e o céu caso queira também voar.
Nós ainda não nos despedimos, não completamente, mas você já me disse um até..
Você esperou por mais tempo do que eu, e, se tudo não sair como planejávamos, talvez eu espere por dezenas de anos..
Queria que as tuas palavras tivessem sido postas para fora, cruas e sem medo, já que o único som que pairava enquanto te fintava era o som das minhas palavras que encontravam espaço entre o pranto encalacrado na garganta. Eu
 sei, somos bem diferentes.
Queria que, talvez, você pensasse um pouco antes de deixar tudo se perder assim, no tempo.
Eu quero tê-la aqui com toda certeza, quero com toda a minha força e fé, e enfrentaria um exército inteiro só com o meu coração em mãos para manter-te ao meu lado, mas não pela metade e sem expectativas, eu te quero inteira. De volta.
Pudera mudar o que nos aconteceu, pudera dar rumo diferente, mas assim como sempre lhe disse, sou
 um acumulado de uma imensa bagunça. E eu errei.
Sabe, eu só queria continuar segurando firme sua mão como costumo segurar, e continuar montando o nosso quebra-cabeça tão complicado e tão uno.

Mas agora, com todo o meu amor, eu só quero que você tenha força, olhe para nossa história, sobreponha os bons momentos e não seja aquela que ao final de uma noite, diz adeus e vai embora.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Colo-rir!

Como se fosse uma insólita arte de Romero,
abstrata, sempar, matizada e bela.
Tanto quanto..
Ela!
Este é um quadro que caberá ao mundo contemplar
mas como toda obra uno vem imersa
esta é repleta de amar...
E se faz elo entre eu e ela.

Concebida por fim
caio meu olhar vidrado sobre a dona de mim
sutilmente sorrio
enquanto minha mão instintivamente desliza sobre o corpo
que se faz tela
causando-lhe leve arrepio.
Ela sorri e me enamora.
E eu fotografo o sorriso que reflete..
Enfim
eclode-se a obra prima mais bela que já vi.

A cada delineada que as mãos traçam
agrega-se as cores mais vivas e sutis que poderiam existir...
Nesse ponto
eu já não sou eu, sou nós.
E esse quadro passa a ser um retrato
com dois nomes assinados.
Me vejo no brilho dos olhos dela
o que no fundo faz-me conhecer a fundo
os recantos de mim.

Eu que por trás dos meus, por tanto tempo me refugiei
 frente a ti sou nua, crua, sou  toda tua.
Trazer-te-ei para perto do meu, o corpo teu
que se encaixa tão perfeitamente
quente e abrasador.
Somos assim
a início do quadro que em comunhão nos propusemos a criar
Somos enfim
parte do amor
que não requer ser findado.



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A hipocrisia e a falta de bom senso pós término de namoro.

Sabe, me deixa atônita pessoas que após terminarem um relacionamento -que diga-se de passagem durou meses e até anos, e foi marcado por belos momentos- concluem que “esse foi o maior erro da minha vida”, ou ainda, “ não deu certo” e pior, expõem isso de forma ridicularizada em rede, como se quisessem atingir o/a ex-parceiro/a.

Poxa! Primeiramente, como assim foi o maior erro da tua vida?
Como você consegue colocar neste patamar alguém que por um espaço de tempo foi a pessoa mais presente e importante na tua vida, e que por algum instante fez de tudo para arrebatar a tristeza e cravar um sorriso em teu rosto,  pessoa esta com quem você dividiu alegrias, dividiu os medos, as inseguranças, os sonhos, dividiu até mesmo a cama. 


Como você tem coragem para afoitar dizendo que aquele alguém, sim, aquele alguém a qual deu em laço vermelho todo o teu amor - e também recebeu-  foi o maior erro da tua vida? 
Tudo bem estar magoado, ferido, quebrado, afinal tiveram motivos para chegarem ao término, mas custa considerar os momentos o qual estiveram frente a felicidade? Custa refletir um pouco antes de chegar a essas conclusões tão vis e expor de modo tão grosseiro, assim, a céu aberto?!

Equívoco é você deixar de lado todos os bons momentos que tiveram a dois e persuadir a si e ao mundo como "o grande mau-engano da tua vida", ou pior, "como algo insignificante, de baixo valor, ou até mesmo como um nada".
Equívoco foi você ter ido dormir tantas vezes sem ter se desculpado por sua rusticidade, por um conflito tolo, pelo orgulho inflamado.
Erro foi aquela macarronada tisnar no final do domingo, fazendo com que vocês ficassem a noite toda com fome quando vocês não tinham um tostão no bolso pra ir sequer 'ali' na esquina para comprar um lanche.
Erro foi ter desperdiçado o tempo com brigas tolas e sem motivos, quando poderiam ter partilhado da paz, da companhia, do silêncio que fosse. 
E deu certo sim, deu certo como tinha que dar e até onde tinha que dar, deu certo até terminar e só não continuou dando certo porque acabou. 

Que mania estúpida de deixar os bons momentos nivelados aos maus momentos, quando não, a um nível abaixo.


Ok! Muito embora eu já tenha pensado deste modo –quando tinha parte dos meus 15 anos de idade, até meados de meus 19 anos-  devo dizer que erro é você agir deste modo com alguém que foi tão importante pra ti. 
Hoje, anos depois destes meus pensamentos levianos tenho e assumo uma mentalidade completamente diferente, tenho lucidez sobre meus atos, discernimento e maturidade, e vale frisar que mudar de ideia quando se é para algo bom é completamente aceitável.

Claro que, se eu pudesse escolher entre ter conhecido determinadas pessoas ou não, eu preferiria sem dúvida alguma... Conhecê-las novamente, afinal, tudo o que sou hoje é graças aos momentos bons e ruins que essas pessoas as quais passaram por mim me brindaram. E sobre os momentos tristes e infelizes.. Bacana! Valeu! Obrigada pelo aprendizado! Siga em paz, pois eu o farei também. 


Tive relacionamentos que mesmo no nível mais alto de conturbação foram ótimos, ótimos apesar dos atritos, da incompatibilidade, das exigências, ótimos apesar dos pesares. Os momentos bons de alguma forma mágica supriam toda e qualquer desavença que poderia futuramente ocorrer. Devo grande parte do que sou hoje à estas pessoas que  passaram pela minha humilde existência, me permitiram troca de experiência, e seguiram o teu caminho, assim como eu também fiz. 

Se me arrependo de algo em meus relacionamentos passados? Nada! Hoje encho o peito, e com muita convicção e prazer respondo: Eu não me arrependo de NA-DA que vivi.
Houve um tempo em que eu poderia dizer que me arrependia
 pelo que eu poderia ter feito, mas por escolha errada se resvalou pelos meus dedos, cabe a uma explosão que eu poderia ter apagado o pavio, as palavras que eu poderia ter mantido em silêncio, as portas batidas que eu poderia ter deixado abertas, e por aí segue.
 Mas sabe, hoje não me arrependo mais, pois até minha falta de paciência, minha grosseria, as cobranças, o orgulho, o egoísmo, o ego inflamado, meus desajustes e enganos me fizeram chegar até aqui e ser quem sou. Portanto, assim como eu, agradeçam invés de maldizer e menosprezar. 

Você foi abençoado quando em teu caminho atinou o amor, mesmo que de uma forma confusa, estranha...

Lembrem-se, não há uma forma certa para amar, apenas amem.
AMEM!



 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Faça o bem sem olhar a quem.

Depois de duas horas de sono  bastante conturbadas, com pesadelos que me fizeram trazer a energia para esse plano ao despertar, me vejo frente a um exemplo lindo de amor ao próximo.


"7:30 da manhã, me preparando para sair de casa para vir trabalhar me deparo com o meu pai chegando em casa, sem agasalho e todo arrepiado de frio.


- Pai, o senhor é louco de sair de casa sem agasalho nesse frio? 
- Eu “tava” de agasalho, filha, mas vi um andarilho senhorzinho todo encolhido de frio lá na praça, tirei minha blusa e dei para ele. "

Não preciso dizer que na hora meus olhos lacrimejaram, né?! Não preciso dizer que naquele momento ele acabara de despertar um lado em mim, que a muito estava dormindo.
Evidentemente, cai em pranto, me entreguei ao momento, e até agora meu rosto continua molhado.
ESSE É O CARA.

Sabe, não deveríamos nos impressionar com a atitude que o meu pai teve, essa atitude deveria ser frequente, espontânea, deveria ser algo que fizesse parte de cada um de nós, mas nos dias atuais é algo completamente raro, é algo para quem realmente tem pureza no ser.

É.
Mas é justamente por essa razão que mantenho acesa em mim, a chama da esperança na Humanidade. Além do meu pai aquecer um senhorzinho que ele não conhece, nunca viu antes e talvez nunca mais verá, ele também aqueceu o meu coração.

Ainda com os olhos molhados e um tanto perdida nas palavras devido a tamanha emoção que ele me proporcionou, agradeço, obrigada pelo choque de amor ao próximo, obrigada pelo exemplo de pai, homem e HUMANO QUE É. 

Obrigada.


Eu te amo, 
apesar dos nossos atritos rs
eu te amo, MUITO  ♥

sábado, 13 de julho de 2013

Eis a pergunta:



Mas então o que realmente vale nessa vida? 

Não me levem a mal, mas eu tenho acreditado que o que realmente vale é o vazio. 

Uma vida cheia de agitação e agenda lotada, não substitui a paz de uma vida serena que carrega o lençol bagunçado, o óculos na cabeceira da cama e as folhas rabiscadas jogadas ao chão.
E eu ainda reclamei!

“Acho que ela afadigou de estar sempre "vazia"... Mas vazia ela nunca esteve, pois vivia sempre cheia de idéias, pensamentos, inquietudes e preocupações. Se havia vazio era completamente preenchido por dezenas de centenas de pessoas fúteis que faziam jus a uma postura imatura, egocêntrica e arrogante, e que ao invés de esvaziar, acabara por encher ainda mais o pequeno espaço vazio que era reservado para sua paz. 

Pobre garota, não se deu conta que ao invés de vazio ela sobrecarregava sua frágil carcaça” 

Se atenta, pois, tudo nessa vida precisa de um espaço. Imagina como seria se não houvesse o vazio nos vasos onde são colocadas as flores que trazem um pouco de alegria para sala de estar? E se não houvesse vazio no casulo, onde é que a lagarta repousaria para em seguida transformar-se em uma bela borboleta e dar um pouco mais de cor para a paisagem? Pra não falar desta página que a pouco estava em branco, e agora está sendo preenchida por um lapso de pensamento meu, por uma parte única de mim. 

É no vazio do silêncio que apreciamos desde o cantar das aves até as mais belas melodias criadas pelo Homem, neste mesmo momento vazio os olhares se esbarram e dizem coisas até sem dizer, e então a saudade chega de mansinho trateando o peito.
Até as flores nascem no infinito do campo vazio que somente são separadas pela linha da terra e do céu. 
Pense. 
A vida para ser bela precisa do vazio... Do vazio que por alguma razão tem que ser. 

E por que com você seria diferente?!

Precisamos de um pouco desse vazio aqui-ai dentro, para que assim, outras pessoas possam depositar em nós um pouquinho de si.


NZ - 07, 13. 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ela gritou com a garganta sangrando




Isso é quase um pedido de socorro enquanto a garganta
é ligeiramente  ferida.
Seus olhos estão sem brilho, sua visão está ofuscada

- O que houve contigo, menina?

Sua voz já não é ouvida.
Os passos então arrastados,
carregando-a sem destino
Seus cabelos sempre amarrados
e mal penteados entregam,
ela não deveria ter saído
da cama, de casa...
Nem ter saído de si.
Ela luta, e se machuca...
Ela desiste.
Mas levanta,
encara
e encanta.
Logo em seguida desanda.
Passa um tempo só,
sozinha não se encontra mais
ela busca,
suplica,
batalha,
mas não conquista,
ela implora,
e espera
Que a calma construa o que a alma só não é capaz.


A-deus!

  Dizer adeus para alguém que você tanto se importa e notar o relógio passando enquanto de um ponto ao outro a sua mente nublada é capaz de...